A arte pulsa nas veias do povo varjotense! Literatura, teatro, dança, desenho, música... veem-se estampados no rosto da cidade. Acaba que esse gosto respinga nas escolas. Ou será que são as escolas que fazem surgir esse gosto?
Dúvidas à parte, a verdade que aqui prevalece é a da primeira oração do texto: "A arte pulsa nas veias do povo varjotense!" E para confirmar esta afirmativa, a Culminância do Projeto "Varjota 40 anos de história política - da Antiga Vila aos dias atuais" veio jogar isso na cara de quem ainda duvida, quando várias escolas se apresentaram no Centro de Convenções de Varjota, na noite de 25 de abril.
Nesse momento de apresentações e premiações, a Escola Deputado Manoel Rodrigues foi bicampeã na modalidade Esquete Teatral (além de outras conquistas) com "O nascer de uma cidade", escrita pelos Professores Naldinho Costa e João Rodrigues, e dirigida por Alex Gomes, que fez um belíssimo trabalho. Os atores e atrizes são alunos do 7º 8º e 9º Ano - dez estudantes, no total.
No ano passado, a Escola também conquistou o título de campeã com a peça "Sapucaia, o valentão", também escrita por João Rodrigues e Naldinho Costa, adptada/baseada na peça "Sapucaia", do Grupo Os Birutas, de Varjota. Para ver a matéria sobre "Sapucaia", é só acessar este link. https://uruliterario.blogspot.com/2025/05/sapucaia-o-valentao-vence-na-categoria.html
Veja a Esquete na íntegra, após as fotos.
Obs: Os direitos autorais das 5 primeiras fotos abaixo relativas à esquete pertencem à Secretaria de Cultura de Varjota.
O NASCER DE UMA
CIDADE
A esquete conta
a história da Emancipação de Varjota, que, até então, era distrito de
Reriutaba.
NARRADOR:
Sou filho de Reriutaba
Mas
vi Varjota brotar
Crescer
e ter seu progresso
Vi
todo o seu caminhar
Hoje
tenho o desafio
De
tudo continuar.
Minhas
senhoras, senhores
Atenção!
Muita atenção!
Vou
relatar uma história
Que
causou muita emoção
Foi
quando Varjota teve
A
sua emancipação.
Distrito
de Reriutaba
Com
13 mil habitantes
Em
constante crescimento
Com
vários comerciantes
Além
do açude e o DNOCS
Dois
fatores relevantes.
Então
nossas lideranças
Quiseram
se emancipar
Ter
Varjota independente
Pra
nosso povo cuidar
Na
primeira tentativa
Tiveram
que recuar.
GENTIL PIRES – (Discursando para o povo) Meu povo do meu querido Araras, não podemos continuar assim. Precisamos nos tornar independentes. Temos muitas riquezas. Podemos viver por conta própria. Desta vez não deu certo. Mas da próxima dá.
POVO – É isso!!!! Não vamos desistir!!!!
NARRADOR
Ivan
Rego e João Ximenes
Naquele
tempo de outrora
Brigaram
pelo poder
E
Gentil disse “É agora
Preparam-se
ararenses
Porque
chegou nossa hora”.
GENTIL PIRES – (Reúne o povo novamente) Meu povo do meu querido Araras, chegou nossa vez. É agora ou nunca.
GENTIL MAGALHÃES – Vamos fazer um plebiscito. Vamos nos separar dos surrão. Vamos votar, meu povo! Espalhem a notícia.
POVO – (Gritando) Separa! Separa! Separa!
FEIRANTE DE RERIUTABA – (Chega com um filho) Bom dia, cumade. Qual são as novas?
FEIRANTE DE VARJOTA – (Com a filha do lado) Bom dia. Cumade, tão falando num tal de pledisquito.
(A moça e o rapaz ficam ao lado, conversando)
FEIRANTE DE RERIUTABA – (Admirado) Ple de quê, Cumade?
FEIRANTE DE VARJOTA – Um negócio aí, Cumade. Nem sei dizer o nome. É pra separar o Araras, que vocês chamam de biquara, de Reriutaba, os surrãos.
FEIRANTE DE RERIUTABA – O Cumade quer dizer que vão separar o Araras de Reriutaba, é isso?
FEIRANTE DE VARJOTA – Isso.
FEIRANTE DE RERIUTABA – Mas isso num dá certo, Cumade. (Pensando) Bem que ouvi dizer por aí que quem tá na frente das coisas aí é o Gentil Pires, o Gentil Magalhães, Seu Neto, o Dr. Américo. E dizem que tem uma força grande na Capital – o Pinheiro Landim, um deputado forte. Você ouviu falar?
FEIRANTE DE VARJOTA – Ouvi falar sim. Dizem também que tem uma briga grande em Reriutaba; tem é dois prefeitos: Ivan Rego e João Ximenes. E agora quem manda é um tal de interventor chamado Ivo Sá, um forasteiro. (Animado) A hora é agora. Vamos aproveitar.
FEIRANTE DE RERIUTABA – (Irritado) Vocês num têm como viver sem nós, Cumade. Um bando de biquara sem ter nem onde cair morto. Aqui tudo é de nós. Até o açude é de nós.
(O casal de jovem, ao lado, conversas)
FILHO – Ei, biquarinha, vamos aproveitar que nossas mães estão brigando e vamos conversar aqui. (Pisca o olho)
FILHA – (Se fazendo de difícil, envergonhada) Eu acho que minha mãe não vai gostar. (Ficam pegados na mão, meio achanhados)
FEIRANTE DE VARJOTA – (Reaje) Quem num tem é vocês. O açude é de nós! Aqui tudo é de nós!
FEIRANTE DE RERIUTABA – (Puxa o filho pelo braço) Rumbora, meu filho. Num quero que filho meu se misture com uma biquara. (Sai irritado)
FEIRANTE DE VARJOTA – (Fala quase gritando) Eu é que num quero filha minha misturada com surrão. Vai pra baixa da égua, surrão véi!
NARRADOR
E
assim muito depressa
Foi
o boato espalhado
Correndo
de boca a boca
Nas
bodegas, no mercado
Sem
demora, o plebiscito
Depressa
foi preparado.
(Os eleitores se dirigem à cabine de votação do Plebiscito (Fazer cenário e deixar um espaço maior na música). Após a votação, os dois Gentil dão a notícia ao povo) [Arranjar uma urna antiga, de lona com Fransquinha Nogueira]
GENTIL PIRES – Atenção povo do meu querido Araras, o resultado saiu.
GENTIL MAGALHÃES – (Com o resultado em um papel). Mais de 9 mil pessoas disseram sim.
GENTIL PIRES - O Araras está livre pra ser uma grande cidade!!!
NARRADOR
No
ano de 84
Dia
21 de abril
Foi
votado o plebiscito
Liderado
por Gentil
O
Araras virou festa
A
melhor que já se viu
A
farra continuou
O
povo estava animado
O
assunto plebiscito
Foi
muito comemorado
Pois
celebravam bastante
O
sonho realizado
POVO – (Em coro pelas ruas com placas) Uh, uhu, o Araras é nosso! Uh, uhu, o Araras é nosso! Uh, uhu, o Araras é nosso!
SEGUNDA PARTE
NARRADOR
Agora
outro problema
Tinha
que ser decido
Qual
nome dá à cidade
Algum
que desse sentido
Após
muita discussão
Ficou
tudo resolvido.
(Numa roda de conversa, numa mesa, as autoridades políticas reriutabenses e varjotenses discutem o nome)
POLÍTICO DE VARJOTA – Queremos que fique Araras, que já estamos acostumados.
POLÍTICO DE RERIUTABA – Não pode. Já existe um Araras em São Paulo. Pela lei, não pode. Então sugerimos Arariutaba, que leva o nome da cidade-mãe e da cidade-flha.
POLÍTICO DE VARJOTA – (Irritado) Esse nome é horrível! Além
do mais, nós somos independentes. Então nós é que vamos escolher o nome de
NOSSA cidade. Vamos fazer uma homenagem a nossa pequena várzea. Será chamada de
Varjota. Pronto!
(A mesa se desfaz)
NARRADOR
E
o povo varjotense
Com
sua firme opinião
Deu
o nome de Varjota
E
foi esta a decisão
Agora
se preparavam
Para
a primeira eleição
Nas
ruas a dúvida corria
Quem
devia ser o prefeito
Tinham
que escolher os nomes
Para
disputar o pleito
E
na primeira eleição
Gentil
Pires foi eleito
(Entra Gentil Pires, com a faixa de Prefeito no peito, discursando para o povo. (O povo vibra e sai.)
GENTIL PIRES - Varjota, minha criancinha, agora vamos transformar você numa grande cidade. DUAS MIL E CINQUENTA E CINCOS pessoas me escolheram nas urnas, contra DUAS MIL E DOZE que votaram contra. Mas minha querida Varjota, vou governar para todos.
(Entram os compositores do Hino e sentam-se a uma mesa.)
NARRADOR
Valney,
Bi Martins, Dos Santos
Se
sentaram lado a lado
Pois
o Hino da cidade
Precisava
ser criado
E
os artistas varjotenses
Souberam
dar o recado.
(Dos Santos canta um trecho do hino, Bi Martins faz acorde de violão e Valney faz acorde no teclado. Após os compositores derem OK, o narrador continua)
Diversas
composições
O
Concurso recebeu
Na
Câmara Municipal
A
escolheu ocorreu
E
estes compositores
Foi
o grupo que venceu.
(Os compositores comemoram e o resultado e saem. Após a saída deles, o narrador continua)
NARRADOR
Assim
a jovem Varjota
Pouco
a pouco foi crescendo
Cresceu
a infraestrutura
Escolas
foram nascendo
Lazer,
esporte e cultura
Foram
se desenvolvendo
Desenvolveu-se
o turismo
A
Culinária brotou
A
nossa Literatura
Um
Jabuti já ganhou
Varjota
ganhou o mundo
Até
na Europa chegou.
Reriutaba
compreendeu
A
nossa emancipação
Acabou-se
aquela rixa
Hoje
impera a união
Houve
muitos casamentos
Entre
biquara e surrão.
(Entra o casal, filhos dos feirantes)
RAPAZ (Olhando nos olhos da moça, diz) – Você é a biquarinhaa que completa o meu surrão.
MOÇA – Ó meu surrãozinho... você me faz sentir mais segura. (Saem de mãos dadas)
Toca o hino de Varjota com o desfile de todos os prefeitos.
1º Gentil Pires
(1986 – 1988)
2º Gentil
Magalhães (1989 – 1992)
3º Francisco
Diassis (1993-1996)
4º Gentil Pires
(1997-2000); Moacir Farias (jun a dez. 2000); Elezion Camelo (Prefeito
interino)
5º e 6ª Gentil
Magalhães (2001-2008)
7º e 8º Rosa
Cândida (2009-2016)
9º Francisca
Célia (2017 a 2020)
10º Elmo Monte
(2021 aos dias atuais)
Vemos que nossa cidade
É
cheia de luta e glória
Sou
feliz por fazer parte
Da
sua bonita história
E
como atual prefeito
Eu
tenho orgulho no peito
Por
toda esta trajetória.
FIM
(Música “Oásis
do Sertão)
(Atrizes e
atores cumprimentam o público.
Personagens:
Narrador:
Allan
Gentil
Pires: Tiago
Gentil
Magalhães: Emanuel
Feirante da Varjota: Yasmin
Feirante
da Reriutaba: Sarah
Filha
da Feirante da Varjota: Marlene
Filho da Feirante de Reriutaba: Kayki
Política
da Reriutaba: Safira
PREFEITOS:
Não têm fala; só desfilam
Elmo
Monte: Allan
Gentil
Pires: Tiago
Gentil
Magalhães: Emanuel
Francisco Diassis: Pedro Igor
Rosa
Cândida: Safira
Francisca
Célia: Thábata
Escritores da Peça: Professores Naldinho Costa e João Rodrigues; Diretor: Alex Gomes.
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