Em janeiro, achei uma matéria que falava sobre um Concurso de Cordel cujo tema era "Ditadura nunca mais", organizado pelo Ponto de Memória Estação do Cordel de Natal, Rio Grande do Norte. Era um desafio a jovens cordelistas e veteranos a fazerem uma narrativa em 7 estrofes de 7 versos (septilha) abordando o tema.
Acessei o Edital e lá estava o regulamento. Seriam escolhidos os melhores 60 poemas para compor uma Antologia que seria publicada sem custo pelos autores. Pelo contrário, havia prêmio em dinheiro para os 3 primeiros lugares e um exemplar da Antologia para cada classificado.
Me arrisquei. Tempos depois, qual não foi minha alegria de ter sido um dos classificados. Pois é, lá estava eu entre eles, e mais uma vez levando o nome de Riacho das Flores e Reriutaba para o mundo do cordel.
Agora no início de dezembro, recebi um exemplar da Antologia "Versos de liberdade: Ditadura nunca mais", organizado por Nando Poeta e Estação do Cordel. Nela, encontrei alguns cordelistas que já os conheço e muitos outros ainda a conhecer.
Fiquei feliz ao ver o Cordel abordar essa temática de uma forma tão poética, relembrando essa triste página do nosso passado, que, se o tiro não tivesse saído pela culatra, estaríamos novamente mergulhados em um país controlado pela repressão, como foi durante muitos anos.
É uma Antologia que vale a pena ser lida!
A seguir, eis meu poema na íntegra.
PRA SEMPRE DEMOCRACIA
Padecemos
vinte e um anos
A dura
brutalidade
O
cacetete deixando
As
marcas da atrocidade
Em quem
não silenciava
Contra
o Regime clamava
Em nome
da Liberdade.
Muitos
provaram do fel
Da
triste e bruta prisão
Outros
choraram sozinhos
As
dores da extradição
Muitos
corpos torturados
Outros
tantos dizimados
Pelas
garras da Opressão.
Lutas
travadas nas ruas
Noite a
noite, dia a dia
Cada
corpo, uma trincheira
Resistindo
à tirania
E nesta
luta renhida
Muitos
tombaram sem vida
Buscando
a Democracia.
A
“Bastilha”, enfim, tombou
As
algemas se quebraram
Irmãos,
que viviam distantes,
Novamente
se abraçaram
E os
raios da Liberdade
Unidos
à Igualdade
No
Brasil novo brilharam.
Passadas
mais de três décadas
Surgiu
um tempo sombrio
O
passado quis voltar
Chegando
a dar calafrio
Quase
volta a tirania
E nossa
Democracia
Enfim, ficou
por um fio.
Mas o
povo decidiu
Retomar
sua nação
Ser
livre, ter vez e voz
À
tirania dizer “Não!”
Sem
sangue, sem luta armada
Libertando
a “Pátria Amada”
Do jugo
da escravidão.
Ditadura,
nunca mais!
Todos
devemos bradar
Qualquer
elo de correntes
Juntos,
devemos quebrar
Que
aqui reine a Igualdade
E que a
voz da Liberdade
Ecoe
pra sempre no ar.
João
Rodrigues
Parabéns João, que esse poema ecoe em toda nossa nação e possamos sempre repetir, NÃO À OPRESSÃO!
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