sábado, 7 de dezembro de 2024

Antologia "Versos de liberdade: Ditadura nunca mais"


Em janeiro, achei uma matéria que falava sobre um Concurso de Cordel cujo tema era "Ditadura nunca mais", organizado pelo Ponto de Memória Estação do Cordel de Natal, Rio Grande do Norte. Era um desafio a jovens cordelistas e veteranos a fazerem uma narrativa em 7 estrofes de 7 versos (septilha) abordando o tema.

Acessei o Edital e lá estava o regulamento. Seriam escolhidos os melhores 60 poemas para compor uma Antologia que seria publicada sem custo pelos autores. Pelo contrário, havia prêmio em dinheiro para os 3 primeiros lugares e um exemplar da Antologia para cada classificado.

Me arrisquei. Tempos depois, qual não foi minha alegria de ter sido um dos classificados. Pois é, lá estava eu entre eles, e mais uma vez levando o nome de Riacho das Flores e Reriutaba para o mundo do cordel.

Agora no início de dezembro, recebi um exemplar da Antologia "Versos de liberdade: Ditadura nunca mais", organizado por Nando Poeta e Estação do Cordel.  Nela, encontrei alguns cordelistas que já os conheço e muitos outros ainda a conhecer. 

Fiquei feliz ao ver o Cordel abordar essa temática de uma forma tão poética, relembrando essa triste página do nosso passado, que, se o tiro não tivesse saído pela culatra, estaríamos novamente mergulhados em um país controlado pela repressão, como foi durante muitos anos.

É uma Antologia que vale a pena ser lida!

A seguir, eis meu poema na íntegra.


PRA SEMPRE DEMOCRACIA

Padecemos vinte e um anos

A dura brutalidade

O cacetete deixando

As marcas da atrocidade

Em quem não silenciava

Contra o Regime clamava

Em nome da Liberdade.

 

Muitos provaram do fel

Da triste e bruta prisão

Outros choraram sozinhos

As dores da extradição

Muitos corpos torturados

Outros tantos dizimados

Pelas garras da Opressão.

 

Lutas travadas nas ruas

Noite a noite, dia a dia

Cada corpo, uma trincheira

Resistindo à tirania

E nesta luta renhida

Muitos tombaram sem vida

Buscando a Democracia.

 

A “Bastilha”, enfim, tombou

As algemas se quebraram

Irmãos, que viviam distantes,

Novamente se abraçaram

E os raios da Liberdade

Unidos à Igualdade

No Brasil novo brilharam.

 

Passadas mais de três décadas

Surgiu um tempo sombrio

O passado quis voltar

Chegando a dar calafrio

Quase volta a tirania

E nossa Democracia

Enfim, ficou por um fio.

 

Mas o povo decidiu

Retomar sua nação

Ser livre, ter vez e voz

À tirania dizer “Não!”

Sem sangue, sem luta armada

Libertando a “Pátria Amada”

Do jugo da escravidão.

 

Ditadura, nunca mais!

Todos devemos bradar

Qualquer elo de correntes

Juntos, devemos quebrar

Que aqui reine a Igualdade

E que a voz da Liberdade

Ecoe pra sempre no ar.

 

João Rodrigues


Um comentário:

  1. Parabéns João, que esse poema ecoe em toda nossa nação e possamos sempre repetir, NÃO À OPRESSÃO!

    ResponderExcluir

JOgue seu comentário no Uru.