O
sol se despede
Sozinho,
de novo
Cumpriu
sua jornada
Do
curso diário
Por
trás das montanhas
Dá
um último adeus
A
seu velho amigo:
Um
píer solitário.
O
povo de antes que o via partir
Agora
está vendo o noticiário.
Guaíba,
assustada,
Trancou
suas portas
No
rio não se vê
Um
barco ou navio
O
mundo também
Fechou-se,
com medo
Do
mal invisível
Funesto,
sombrio
O
rio Guaíba tem por companhia
Somente
o açoite do vento vadio.
Não
há mais ninguém
Olhando
a beleza
Do
sol que se põe
Longe,
no poente
Somente
um píer
E
a velha árvore
Têm
o olhar fixo
Só
eles, somente.
O
vírus mortal, terrível, afastou
Tamanha
beleza dos olhos da gente.
Tal
como chegou
O
maldito vírus
Um
dia também
Partirá,
de repente,
E
o povo, outra vez,
Voltará
ao píer
Para
ver o sol
Morrer
no poente
E
o sangue da vida pulsará de novo
E
a bela Guaíba rirá novamente.
João Rodrigues
Top 10 no Concurso Literário de Guaíba - RS - agosto de 2020
O poema foi construído sobre esta foto (regras do Concurso)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
JOgue seu comentário no Uru.