Diante
do caos
Que
abalou o mundo
Ficamos
sem remo
Em
um mar sombrio
Sozinhos,
jogados
Ao
vento da sorte
Nos
braços da Morte
Em
um túmulo frio
E
o capitão, por ignorância,
Deixou
frouxo o leme do próprio navio.
Cem
mil já se foram
Morreram
sozinhos
Sem
pais nem amigos
Na
enfermaria
Sem
enterro digno
Sem
se despedir
Sem
flores, sem vela
E
sem companhia
Da
forma mais triste de deixar a vida
Um
adeus solitário no seu último dia.
Milhares
de filhos
Milhares
de irmãos
Milhares
de mães
Milhares
de pais
Milhares
de avós
Milhares
de amigos...
Sonhavam
voltar
Não
voltaram mais
Milhares
de sonhos, milhares de planos
Milhares
de vidas ficaram pra trás.
Viraram
só número
Da
fria estatística
Na
triste audiência
Do
noticiário
A
Morte sem freio
Aumenta
esse dígito
Cruel,
assombroso
Num
ritmo diário
E
assim as famílias carregam suas cruzes
Fincando
no topo do próprio calvário.
Tremendo
de medo
Num
canto qualquer
Fica
a própria vida
Sem
mais confiança
No
porta-retrato
Ficou
a saudade
Nos
cômodos da casa
Só
resta a lembrança
No
fundo do peito a vida tateia
Tentando
agarrar-se a um fio de esperança.
João
Rodrigues – Reriutaba – Ceará
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