quinta-feira, 16 de julho de 2020

Poema "Liberdade! Liberdade!"




Eu vi na TV
Uns filhos da pátria
Chegando ao cúmulo
Da bestialidade
Gritando AI-5
Seguindo a boiada
Sem nem conhecer
A dura verdade
Do sombrio passado de seus ancestrais
Chorando a ausência da mãe Liberdade.


De cara pintada
Partindo pra guerra
Que eles jamais
Sonharam lutar
Nem sabem, coitados
Que nesta batalha
É contra eles mesmos
Que vão guerrear
Seu rosto pintado de verde e amarelo
Com seu próprio sangue depois vão pintar.


Negaram a história
Fingiram não ver
As páginas sofridas
Do nosso passado
A voz de um povo
Sendo censurada
Cada brasileiro
Sendo condenado
A provar do fel do Sistema tirano
Forçado ao silêncio do cárcere privado.


Fingiram não ver
As mãos algemadas
O cheiro do medo
Da bruta prisão
Corpos torturados
Nos paus de arara
A dor da saudade
Da extradição
Os gritos de dor das mães em lamento
Perdendo seus filhos pra bruta Opressão.


Será que não viram
Os mais de Cem Mil
Naquela Avenida
Num histórico dia
Batendo de frente
Com o monstro tirano
Exigindo a volta
Da democracia?”
Meu Deus, nem um louco, um louco de pedra
Um momento deste de novo queria!


Por todos os mártires
E heróis desta luta
Eu grito bem alto:
Igualdade! Igualdade!
Jamais dormiremos
Na cama do medo
Jamais sentaremos
Com a barbaridade
Queremos ter vez, queremos ter voz
Pra sempre poder gritar: Liberdade!


João Rodrigues – Reriutaba – Ceará


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