quinta-feira, 16 de julho de 2020

Poema "Barulho Insano"




O sol se despede
No fim do horizonte
E a noite aparece
Com hora marcada
Quando o corpo humano
Busca seu descanso
Da luta diária,
Dura, fatigada
Procurando a paz que o corpo precisa
Para recompor-se da longa jornada.

Sob o véu escuro
Da noite silente
Se ouve no ar
O voo do morcego
A alma repousa
Na sua consciência
O corpo relaxa
Buscando sossego
No leito se estende e se cobre de sonhos
Descansa na paz do seu aconchego.

Mas este direito
Lhe é arrancado
Por quem não conhece
O que é ter respeito
Motores ferozes
Com fúria medonha
Quebrando o silêncio
Da paz do seu leito
Manchando de óleo a Lei do Silêncio
Rasgando das mãos de quem tem direito.

As máquinas trafegam
Ferindo as regras
Que a Lei do Trânsito
Estabeleceu
Roncando, elas voam
Rasgando as ruas
Muitas sem faróis
Levantam pneu
Em fúria, um humano na sua direção
Feito um bicho bruto que enlouqueceu.

Cuspindo fumaça
E óleo queimado
Enchendo a barriga
Da poluição
Seu ronco abusivo
Vibrando nos tímpanos
Tortura do homem
A sua audição
E o corpo cansado que busca sossego
Em seu próprio leito sofre punição.

Que os homens da Lei
Tomem atitude
Freando estes brutos
Que não têm respeito
Na forma da Lei
Que sejam punidos
Pra que o cidadão
Não fique sujeito
Ao barulho insano, e que tenha de volta
A Lei do Silêncio à qual tem direito.

João Rodrigues – Reriutaba – Ceará

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