quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Inleitô revortado (Poesia matuta)



Nos comiço, a discussage
É de avanço e de progresso.
Mas quando espio a ladroage
Em Brasília, no Congresso,
Eu fico muito espritado,
Cum bando de discarado,
E cada qual mais ladrão
Dá vontade de ser môco
Pois eles fazem é pôco
Da cara dessa Nação.

Por um prato de comida
Compra um voto no Senado!
Eu tive u’a vida sofrida
Capinando no roçado
Nas veiz in que passei fome
Sempre fui macho, fui home
Resisti sem me vendê
Mas em Brasília os safado,
Fulerage, são comprado
Por prato de dicumê.

Já que estão de bucho chei
Começam a pranejá
Em bulir no que é alei
Pois só vevem de robá
Andam de carro importado,
Gaboso, impalitozado
Cum a pôse de dotô...
Quando iscuto eles falá
Dá vontade de rasgá
Meu tito de inleitor.

João Rodrigues


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