segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

O JUIZ LADRÃO QUE APITOU NO INFERNO !!!!


Havia em certo lugar
Um juiz muito ladrão
Desonesto, descarado
Que vivia metendo a mão
E o time que ele quisesse
Poderia ser campeão.
Quando ele era chamado
Pra uma partida apitar
Todos já tinham certeza
De qual time ia ganhar
Geralmente ele apitava
Para o time do lugar.
Metido e cheio de marra
Ameaçava jogador
E este baixava a cabeça
E falava “Sim, senhor!”
E ele só queria ser
Chamado de professor.
Se a bola batia no peito
Ele dizia que era mão
Invertia laterais
Era grande a confusão
E se alguém reclamasse
Ele metia um cartão.
Até que num certo dia
Um fato se sucedeu
U'a bola, por acidente,
Em seu estômago bateu
Ele caiu desmaiado
E ali mesmo morreu.
Houve um pipocar de fogos
Muita cerveja e seresta
Uma velha perguntou:
“Filho, que alegria é esta?”
“Foi o Zeca que morreu,
E vamos fazer a festa!”
Uns agradeciam a Deus
Outros lançavam impropério
Ninguém ligou pro safado
E então ficou um mistério
Ninguém sabe como o corpo
Foi parar no cemitério.
Dizem que chegou o diabo
Vestido num belo terno
E anotou o nome dele
Em um belíssimo caderno
Botou o corpo nas costas
E carregou pro inferno.
Quando ele chegou lá
O cão lhe deu um bom trato
E disse: “Professor Zeca,
Por favor, não seja ingrato
Trouxe você pra apitar
O nosso campeonato.”
“Pois eu vi no meio do campo
Um corpo jogado ao chão
E nenhum dos seus amigos
Foi lá lhe estender a mão
Isto porque você era
Um juiz muito ladrão.”
“Mas fique despreocupado
Você é um cara esperto
Dê uma força pro meu time
Não se preocupe com o certo
Qualquer coisa que pegar
Eu estou aqui por perto.”
Zeca foi pro meio do campo
Com o capeta do lado
Chamou os dois capitães
E foi dando o seu recado
“Aqui quem fala sou eu
E o resto fica calado!”
Assim que a bola rolou
A bola bateu na mão
Do jogador adversário
E ele deu-lhe um cartão
E ainda marcou pênalti
Aumentando a confusão.
O time do satanás
De pênalti abriu o placar
E Zeca endiabrado
Não parava de roubar
Era cartão, era pênalti
Começaram a reclamar.

Alguém do time da casa
Deu um carrinho por trás
Daquelas de fazer medo
Até mesmo ao satanás
Zeca disse “Se levanta!”
E expulsou o rapaz.
Aí a coisa esquentou
Começou a confusão
Deram um tabefe no Zeca
Que ele esticou-se no chão
A pancadaria foi tanta
Que sobrou até pro cão.
Era chute, era tabefe
Só sentia o povo bater
Ele caído no chão
Sem poder se defender
Assim que deram uma brecha
O cabra pôs-se a correr.
Dizem por aí que Zeca
Anda fazendo visão
Que sua alma penada
Corre solta no sertão
Apitando atrás do povo
E lhe mostrando cartão.
Fim
João Rodrigues

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