Curtido
do sol e da luta pesada,
De
pele queimada, de mão forte e grossa.
Levanta
cedinho e parte pra lida.
Assim
é a vida do homem da roça.
Afia
sua foice, machado ou enxada
E
vai pra jornada, pro duro rojão.
Mal
conhece as letras, tampouco é formado;
Mas
tem doutorado nas coisas do chão.
Se
tem o ginásio, talvez incompleto,
Mas
analfabeto não é, com certeza!
Talvez
um poema não saiba fazer,
Porém
sabe ler a mãe Natureza.
Se
o relampo corta o nascente, ligeiro
Corre
pro terreiro, pro céu fica olhando
E
fala sozinho: “Acabou-se o inferno!”
Pois
sabe que o inverno tá quase chegando.
Quando
a chuva cai, ele abre o chão,
Faz
sua plantação. E a pegada é dura!
Mas
logo depois já chega a colheita,
E ele
se deleita com tanta fartura!
Pois
esta é a vida do agricultor:
Um
batalhador que produz seu pão.
Cidadão
distinto, sem fama, sem nome...
Mas
que mata a fome de toda nação.
João
Rodrigues – Reriutaba – Ceará
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