terça-feira, 2 de outubro de 2018

Meu pedacinho de chão



Deus, um dia, no Paraíso,
Mandou chamar Gabriel:
“Vai, Mensageiro, à Terra,
Leva um pouquinho do céu.
Lá criará uma cidade
Onde alegria e bondade
Reinarão em abundância.
Os homens conviverão
Em paz e em comunhão,
Com amor e tolerância”.

“Já que leva tantas bênçãos,
Levar consigo é preciso
Alguns toques de beleza
Que eu pus no Paraíso.
Maravilhas sem iguais,
Verdejantes carnaubais
Que tanta beleza encerra!
Feito um aconchegante ninho,
Ponha-a bem no pezinho
De uma majestosa serra.”

“Quando o sol nascer a Leste
Seus filhos se lembrarão
Que em cada pedaço dela
O Criador pôs a mão.
À tardezinha, a Oeste
Quando o belo azul celeste
For ficando alaranjado,
Seus filhos recordarão
Que este cantinho do chão
Foi por mim abençoado.”

Gabriel, obediente,
Já deixando a Grande Sala,
Retornou e disse: “Pai,
E como irá batizá-la?”
Então sorriu o Criador,
Com uma expressão de amor,
Falou com convicção:
“Reriutaba a chamarei.
Este é o nome que darei
A este doce e belo chão!”

(João Rodrigues)

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