segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Via-crúcis













Do pobre ouço um grito ao longe, rouco...
Cobrando os parcos direitos tirados.
Sem vez, sem voz e com braços atados
Por quem o controla e que se faz de mouco.

E a cada dia tira um pouco do pouco
Que o pobre ganha com esforços dobrados.
Com corpo e espírito abatidos, suados,
O pobre homem sofre feito um louco.

E triste segue este calvário seu.
Sofre o suplício tal qual Prometeu
Ao dar o fogo à humanidade.

Assim é o pobre, também condenado
À sua via-crúcis, a viver explorado,

Preso a uma rocha pela eternidade.

João Rodrigues

Nenhum comentário:

Postar um comentário

JOgue seu comentário no Uru.