segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Par / ti / da



Par
Ti
Da

– Ao Dia da Consciência Negra

Eis ao mar um navio que parte, e parte
O coração de quem fica em pranto.
Em sua vida fica um negro manto,
Para sempre, feito um estandarte.

E o que parte, essa dor reparte
À distância, entre choro e canto,
Com o que fica, com seu desencanto.
E tudo fica: da família à arte.

Mesmo o rei de outrora está curvado.
Por outro rei agora escravizado.
Na alma, o fel; e no corpo, o tormento.

Pra trás a África, tão bela, imponente,
Perde seus filhos... e grita, impotente.

E de além-mar se ouve o seu lamento.

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