Brasil: um país robado (Poesia matuta)

Ontem depois de jantar
Fui assistir o jornal
Como pra mim é normal
Me assentei no sofá
A moça pôs-se a falar
Que o Brasil tá quebrado
Já tá todo endividado
A gasolina subindo...
E o salário tá caindo
Com tudo inflacionado.

Em Brasília, a ladroeira
Está a todo vapor
As conta no exterior
Parece inté brincadêra
Lá os cofre é sem portêra
E o que chegá primêro
Carrega nosso dinhêro
Qui nóis paga de imposto
Dizem qui é de dá disgosto
O senado brasilêro.

i o pobre trabaiadô
Que labuta todo dia!
Na sua aposentadoria
A regra agora mudô
Pois o governo aprovô
U’a MP de lascá
E vai botar pra quebrá
Em cima de nós, rapaiz!
Vai tê qui trabaiá mais
Quem quiser se aposentá.

inquanto qui um deputado
Ganha mais de 30 mil!
Onde foi que já se viu?!
Anda de jato fretado
Iate, carro importado
Tem auxílio-moradia
Passe-livre, regalia
Tira onda de bacana
E o mió: na semana
Trabaia só por 3 dia!

i no presídio, o ladrão
Comeno sem trabaiá...
Ainda temos quipagá
A muié dele u’a pensão
Nós ralano feito o cão
Porque a coisa tá feia
“Não bula nas coisa alêia!”
Papai cansô de falá.
I vô tê qui sustentá
Vagabundo na cadeia?!!!.

i a água que tá sumino...
Cum essa seca inclemente
E pra lascá mais a gente
Os preço tudo subino
Só o salário caino
E a cada dia se reduz
E nóis carregano a cruz
O dia a dia tá mais duro
Antes, eu temia o escuro
Hoje te’o medo da luz.

Assim é nosso Brasil
Um país rico e quebrado
Porque sempre foi robado
Desde que ele surgiu
Sob o seu azul anil
Sempre houve safadeza
Vivê aqui num é moleza
Nóis só rala feito um cão
Pra sustentar os ladrão
Que chegô com a realeza.

João Rodrigues