
Sem seiva, sem relva, sem sangue, sem brio,
Que traz o fantasma da fome, funéreo,
Dentes afiados, de olhar sombrio.
Outrora vivaz, majestoso, etéreo;
Solo produtivo, tão fértil e bravio.
A seca insolente lança-te impropério,
Torna-te impotente, inútil, vazio.
Mas quando São Pedro do topo do céu
Banha a caatinga com o finíssimo véu,
Saciando a sede, florindo o sertão,
Alegra-se o gado, sorri o lavrador,
Que canta louvores a Deus Salvador
Por trazer à terra a ressurreição.
Retirada do livro RESISTÊNCIA, de João Rodrigues
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