
Ao velho canto da parede, pendurada,
A lamparina fica por horas a fio;
O reluzente fogo sai de seu pavio,
Deixando toda a grande sala iluminada.
E num canto lá da sala, a meninada,
Moças, rapazes, os velhos e o mulherio
Ao bom inverno vão desfiando elogio;
E juntos seguem numa conversa animada.
E a lamparina, que àquela sala, dá vida.
Embora esteja, ali, num canto esquecida,
Das negras noites ela afasta a escuridão.
Por toda a noite permanece em vigilância;
Tem consciência de sua grande importância
Para uma bela debulhada de feijão.
João Rodrigues, do livro "Resistência", 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
JOgue seu comentário no Uru.