sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Concurso Literário Unisuam 2005

Beto, eu e Nataniel

Posando pra foto, meio sem jeito, mas orgulhoso





Recebendo a medalha




Leia abaixo a poesia vencedora do I Concurso Literário Unisuam (organizado pela Universidade Unisuam, em dezembro de 2005. O tema era "Cidadania".
Orgulhosamente arrebatei mais este prêmio para o meu querido Riacho das Flores.
Escrevi a poesia "Muito prazer, sou cidadão" com o propósito de mostrar que não apenas os letrados são cidadãos, mas todos os homens de bem. Mesmo sem passar pelas cadeiras de uma universidade, mesmo sem conhecer palavras rebuscadas ou as fatigantes regras gramaticais, qualquer homem pode ser educado, praticar a cidadania. Pois sempre presenciei isso em meu lar. Meus pais, mesmo ignorantes perante às gramáticas e dicionários, sempre praticaram a cidadania.
E este prêmio dedico ao meu camarada Nataniel Gomes, que sempre me incentivou no mundo universitário e literário.

Veja a poesia abaixo:

Muito prazer, sou cidadão
Confesso, seu moço, eu não tenho estudo
Eu mal sei falar, tampouco escrever
Não sei me expressar com palavras difíceis
Mas eu sei viver.

Desculpe, seu moço, minha ignorância
Eu não tive escola pra mode aprender
Não sei matemática nem outras ciências
Nem mesmo sei ler.

Eu sei que o doutor vai compreender
Meu jeito brejeiro, meu rude falar
Não leio jornais nem vejo internet
Não pude estudar.

Seu moço me diga o que está escrito
No livro bonito que o senhor tem
Sou homem sem estudo, sem títulos, sem letras,
Lamento também.

Minha mãe me deu a educação
Meu pai me ensinou a todos respeitar
Eu ando direito e obedeço às leis.
Só não pude estudar.

Me diga, doutor, o que é ser cidadão.
Será que é somente ler e escrever?
É conhecer letras, é falar bonito?
Preciso saber.

Um dia escutei na cidade grande
Um homem falando, só não lembro o dia
Que se respeitarmos, teremos respeito
Se cumprirmos os deveres, teremos direito
Isso é cidadania.

Se ser cidadão é ter consciência
É cumprir deveres e ter educação
É respeitar a vida e limites impor
Muito prazer, doutor,
Eu sou cidadão.

João Rodrigues Ferreira

Ainda neste mesmo Concurso, também fui finalista na categoria contos com o texto "Cidadania". Mas infelizmente não levei o 1º lugar. 
Veja o texto:
Cidadania

Enganaram-me. É verdade que nunca estudei nos melhores colégios nem cresci na roda intelectual que decide o futuro da nação. No entanto, confesso, não fui de todo ignorante no que se refere a certos direitos e deveres. Admito, porém, que mais conheci deveres do que direitos – este segundo cruzou meu caminho menos vezes do que suponho contar nos dedos de minha mão que agora escreve; e, as raras vezes em que por mim favoreceu foi em troca de um favor ainda maior.

Descobri, mais tarde, que eu não fora o único que sofrera as desventuras da desilusão. Sonhos foram por outros plantados na esperança de que florescessem sobre o vasto e rico solo dessa imensa nação-

Não hei de ficar rabiscando frases de efeito e buscando no léxico palavras de difícil compreensão ao caro leitor. (Pois é dessa forma que nos enganam).Fui, na minha ingenuidade ainda não tão distante, enganado por um jogo de palavras rebuscadas até então desconhecida pelo meu humilde vocabulário.

Falaram-me sobre educação. Substantivos cheios de adjetivos nobres, dignos de complementar e coroar a nobreza que seu significado nos traz. Seria a mudança de um povo que se esconde atrás da ignorância; uma vez plantada no seio da cada homem, uma nova visão nos levaria à Terra Prometida – uma nação cheia de glórias comandada por cavalheiros ilustres e destemidos, pois o conhecimento estaria com eles.

Falaram-me também sobre cidadania. Um Jardim Genesiano que seria descoberto pela educação. Cidadania. Gostei da palavra, e mais ainda do que li a seu respeito. Sim, educação e cidadania, dois utópicos substantivos. Realmente colocar em prática seria os louros e a glória de um povo.

Não fui ludibriado por seus significados, pois eles existem; o meu desengano veio pelo simples fato de eu ter esperado demais que eles chegassem até mim. Não as encontraremos sozinhos: é necessário que todos recebemos essa semente e que juntos reguemos.

Plantamo-la na escola. A educação, a semente que germina, floresce e produz os frutos da cidadania. O fruto que sacia a fome da ignorância e mata a sede de conhecimento; Pois um cidadão se faz na escola e cidadania se constrói dentro de cada homem. Portanto, somos nós, o alicerce dessa construção.

João Rodrigues Ferreira


Um comentário:

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