Certo
dia voei pelo firmamento
Seguindo
uma estrela, viajei sem medo
E
por um segundo, um breve momento
Pus
um dos anéis de Saturno no dedo.
Lá
de cima vi um enorme arvoredo
Voei
até lá, era Éden, o jardim
E
falo a verdade, pois não é segredo
Eu
juro, era Eva acenando pra mim.
Do
seu lado estavam Abel e Caim
Ainda
pequenos, brincando de bola
Também
vi Adão com um querubim
Bebendo
num bar e tocando viola.
Eu
vi Salomão, menino, na escola
Moisés
na montanha encontrando a luz
Eu
vi Bartimeu pedindo uma esmola
E
sendo curado por Cristo Jesus.
Cheguei
a ver Cristo pregado na cruz
Dimas,
o ladrão, morrendo do lado
Do
rosto da alma tirando o capuz
E
pedindo a Cristo pra ser perdoado.
Do
Gólgota parti, sofrendo calado
Cheguei
ao Egito, sem norte, sem rumo
E
vi um pedreiro de corpo suado
Fazendo
pirâmide sem régua e sem prumo.
Na
selva amazônica, fazendo um resumo
De
um livro que leu, estava o Saci
E
o Caipora para ganhar fumo
Cuidava
dos dentes de um javali.
Nos
alpes suíços brinquei de esqui
Com
o homem das neves chamado Iéti
E
na Galileia, bem longe dali
Vi
Pedro pescando e mascando chiclete.
Vi
u’a bela persa fazendo um carpete
Que
por um denário queria me vender
Vi
Noé fazendo, com um canivete,
A
arca que Deus lhe mandou fazer.
Há
quem não acredite e fique a dizer
Que
tudo é mentira... pura fantasia...
Que
é coisa de quem só vive de ler
De
escrever poema e fazer poesia.
João
Rodrigues - Reriutaba - Ceará

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